sábado, 19 de outubro de 2013

Meu Querer

Quero voltar a sentir o toque de tuas mãos acariciando minha pele
 Quero que nossas línguas joguem o jogo proibido,
Quero teu hálito atrevido que desliza pela minha nuca,
Escorre entre meu querer.
Que teus lábios marquem em minha pele e teu corpo em mim se faça pegada.
Quero mais que palavras, mais que sonhos, mais que fantasias em lençóis solitários,
Quero te perder entre as pernas,
Te prender.
Devora minha carne, devassa minha alma, a lascívia trás com ela a saudade do seu cheiro.

Quero você!

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Inverno

Frio, coberta, banho quente,
pé gelado,
sono atrasado

Segunda, terça, quarta-feira
uma semana,
que saudade imensa

Ódio, diálogo, conversa
brincadeiras, olhares,
barro,
balsa,
beijo!

Desejo, Newton, sedução
paixão,
traição,
coração... Pé gelado!

Amigo

Sem perceber te olhei, não com os olhos que te veem como um amigo,
Mas, com os olhos que enxergam a beleza da sua face, o brilho ofuscado do seu olhar, e seu sorriso espontâneo,
Sem perceber cobicei, almejei sua presença, cobicei ouvir sua voz, sua atenção, desejei tê-lo em meus braços,
Sem perceber meu envolvi, deixei os olhos se cruzarem, os corpos se tocarem, deixei minha alma levemente dançar e sonhar,
Sem perceber abri os cadeados que enclausuravam minha veleidade, deixei livre a ambição, o pecado,
Não é difícil negar a verdade, não é difícil afirmar que foi irreal, que foi um único,
Difícil é voltar para jaula o desejo libertado!


terça-feira, 18 de junho de 2013

Eu Fui

Eu Fui
Eu fui por ele, eu fui por mim, eu fui por você,
Eu fui pelas crianças esquecidas, cujos direitos foram roubados,
Eu fui pelos adolescentes maltratados que não são escutados,
Eu fui pela Dona Maria com o olho roxo e o João liberado,
Eu fui pelos moradores de rua que como seres humanos não são tratados,
Eu fui pelo SUS que na teoria é lindo e todo enfeitado,
Eu fui pelo professor que não é respeitado,
Eu fui pela educação que não é priorizada,
Eu fui pelos idosos abandonados e também fui pelos índios massacrados,
Eu fui pelos negros, homossexuais e nordestinos descriminados,
Eu fui pela corrupção dos políticos egoístas que não pensam na população,
Eu fui pela liberdade de expressão que é um direito garantido na nossa constituição,
Eu fui pelo transporte público de péssimas condições,

Eu fui e vou continuar indo, por que sou brasileira, jovem e acredito na mudança da nossa nação!

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Metamorfose


Que minha existência seja sempre uma bela poesia,
Triste como um grande amor,
E alegre como o nascer.

Que o sofrer não seja a razão do meu viver,
Mas, que exista para compreender que do outro lado
Há você!

Que a esperança seja sempre o meu remédio,
E sua presença a cura da minha dor,
Que sua ausência não seja tão grande,
A ponto do uísque se tornar meu consolador.

Desejo ainda nessa vida voltar a ver seus olhos,
Sentir seu calor, e seu amor.

Morrer e Viver


Ainda sinto esse gosto amargo,
Que foi predestinado a sentir em quanto meus pulmões se encherem de ar,
Ainda derramo lagrimas,
E grito em silencio

Meu amor, meu amor,
O que fizeste contigo e comigo?
O que levaste,
E o que deixaste pra mim?

Afasta-te e permita que eu viva,
Permita que eu ame novamente,
Que meu corpo estremeça,
Que minha alma flutue

O que é teu sempre irá te pertencer,
Mas, eu imploro:
Devolva o que é meu!

"Em memória de um amigo, meu grande amor"

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Amor entre Amigos



Quando lembro das pulcras poesias de Manoel Bandeira, Vinicius de Moraes e Mário Quintana percebo a brandura na forma que expressão o amor.
Minha concepção de amor foi construída a partir da minha bagagem ontogenética (interações sujeito – ambiente), filogenética (herança de genes, formação fisiológica, biológica, neurológica, características de uma determinada espécie) e cultural (cultura que estamos inseridos e em constante interação).
Eu aprendi que para amar alguém é necessário amar a si próprio, e esse amor abre um leque de situações, pois envolve não só o amor, mas também o respeito, carinho, credibilidade, cuidados com minha saúde física, psíquica etc. Ou seja, tudo aquilo que você espera encontrar no seu próximo, deverá primeiramente estar em você.
Amar é as ações do amor, requer desejo, coragem e dedicação, ao contrário do que muitos dizem, minhas experiências me levam a afirmar que é fácil amar, o difícil é decidir amar, e essa decisão tem que ser feita todos os dias para as mesmas pessoas.
A partir do momento que decidi amar meu próximo, minhas atitudes passam a serem outras; eu começo a compreender, aceitar, perdoar, ser verdadeira, sincera, bondosa e fiel para com este, e tudo que eu vier a fazer será para o crescimento da nossa relação. É necessário se doar quando falamos de relações humanas, este não é o tema principal deste texto, mais se faz necessário falar, quando o meu tema é amor e envolve indivíduos.
Pois, atualmente as relações humanas estão cada vez mais complexas, e diante do crescimento demográfico, mobilidade espacial de indivíduos e de grupos, multiplicabilidade de aspectos da vida moderna, número elevado de instituições e de grupos aos quais pertencemos (às vezes até mesmo involuntariamente), desenvolvemos contatos rápidos e superficiais que necessitamos manter com diferentes pessoas de classes sociais, além de outros fatores. E perante esses indicadores, como conseqüência, temos indivíduos mais intolerantes consigo e com os outros.
Percebo que se tornou necessário para o ser humano agir de maneira incongruente em suas relações interpessoais, além de uma cobrança excessiva de si mesmo e do outro, e a indigência de ter vantagens dentro do grupo, sem se importar com as pessoas que também pertence a este. Ao operar de tal forma, o indivíduo transfere ao outro os mesmos mecanismos, acreditando que todos agem da mesma forma, criando uma relação conflituosa, mas mantendo o desejo de ser aceito por todos dentro do grupo. 
Necessitamos viver em grupo, precisamos um do outro para a nossa sobrevivência, o relacionamento humano é simples e complexo ao mesmo tempo. No nosso dia a dia, convertemos nossos pensamentos em palavras, gestos e ações que podem proporcionar alegrias e tristezas para as pessoas que participam de nossa vida. Porém, o ser humano só existe, sobrevive ou subsiste em função da inter - relação com o outro. Como já pronunciou Paulo Freire, “ninguém sabe tudo, nós aprendemos uns com os outros”.
Não existe um manual da boa convivência, mas é fato que com amor, toda relação por mais complexa que seja, se torna maleável. E diante disto, existe um livro que ensina como devemos amar.
A bíblia inúmeras vezes retrata relacionamentos envolvendo amor, ou até mesmo alguns ensinamentos. Descreve o amor de Cristo pela humanidade, ao ponto de morrer na cruz em nosso lugar. Mas, não é essa relação que quero ilustrar, quando descrevo acima minha concepção de amor, eu lembro que a bíblia relata que existiu uma relação complexa, mas havia um verdadeiro amor, me refiro à amizade entre Davi e Jônatas.
Em I Samuel 18: 1 ao 4, descreve o primeiro encontro entre ambos, e relata que Jônatas amou Davi como à sua própria alma, e neste dia fizeram uma aliança, a partir naquele momento um decidiu amar o outro, e continuando a leitura no livro de Samuel, é possível afirmar que eles investiam nessa relação. Quando me refiro a complexidade da relação, é por que com o tempo, Davi se tornou inimigo de Saul (rei de Israel), e Saul era pai de Jônatas.  E Deus já tinha como propósito levantar Davi como rei em seu lugar.
 Porém, o amor que sentiam um pelo outro, era verdadeiro, e em I Samuel 20 – 23: 16 e 17. Vemos que mais uma fez que fizeram uma aliança de fidelidade, onde Jônatas prometeu para Davi que não permitiria que Saul o matasse. E Jônatas cumpriu sua promessa.
Com o passar do tempo, Saul e Jônatas morrem, e conforme os planos e sonhos de Deus, Davi se tornou rei de Israel.
E apesar da morte de Jônatas, Davi não o esqueceu, não esqueceu da sua amizade e da aliança que fizeram um com o outro.
E em II Samuel 9, Davi é bondoso com Mefibosete, filho de Jônatas, e o levou para morar contigo em sua casa, e sendo Mefibosete, coxo de ambos os pés, sempre comia à mesa do rei.
Essa é uma relação de amor, pois ambos tinham acima de tudo uma relação de amor e fidelidade com o Senhor.



             


















       















terça-feira, 7 de maio de 2013

Férias


Qual o valor de um pipa?
Vinte, trinta, quarenta centavos?
E um carreteu de linha, têm ele o mesmo valor da lata em que é enrolado?
Qual o valor da rabiola feita com saquinhos de supermercado? Ou aquele que de segunda, quarta e sexta é coletado?
Qual o valor da cola e do vidro despedaçado?
Terá eles o mesmo valor do dedo e pescoço cortado?
E o telhado quebrado, qual o valor cobrado para ele ser concertado?
Qual o valor do rosto queimado? Onde o protetor não foi passado.
Terá que pagar o céu para ele ser lançado? Ou é o vento que deverá ser pago?
Qual o valor de um pipa, quando é mandado?
O mesmo valor do cortado e aparado?
Ou será mais caro, aquele que foi buscado na rua de baixo?
Terá o pipa, o mesmo valor de um coração apaixonado?
Que por ele o céu esta sempre enfeitado...
Será o pipa responsável pelas quedas que gerou o machucado?
Qual o valor de um pipa?
Criado 1.200 antes de Cristo ser gerado, por um chinês sábio,
Mas somente em uma época do ano é lembrado.
Aí coração apaixonado, o céu não é mais enfeitado,
o que era apenas um sinal, hoje esta cortado,
só resta a cicatriz do amor mandado.
Dedico ao meu irmão que ganhava horas nas ruas brincando com suas pipas, servindo de inspiração para escrever a poesia que mais aprecio!

sábado, 4 de maio de 2013

Gratidão


Ao meu Deus
Que vazio é esse, que só o Senhor pode preencher?
Amargas são minhas palavras e corrompida minhas ações,
Em meu ser há um lugar que somente Ti pode pisar,

Ao me alimentar com os porcos, pensei estar feliz,
Ao me prostituir, pensei ter prazer,
Ao me embriagar, pensei estar alegre!

O que aconteceu com minha visão?
O que eu fiz com meu corpo?
Cadê o meu amor?

Miseráveis são meus pensamentos,
Como és capaz de me amar?
Morreste em meu lugar!
O que eu posso fazer para lhe agradar?

Se nada sou,
Nada possuo,
E o que há em mim, não te afaga.
Ainda sim, lhe entrego minha vida, minhas dores,
Minhas feridas, minhas lágrimas e acima de tudo,
Ofereço-lhe minha gratidão, não apenas pelo que és,
Mas, pelo o que fez por mim!


Sofrimento



           Chega um momento na vida que precisamos parar. Simplesmente parar e refletir sobre tudo que já vivemos. Existem duas perguntas que deveriam ser respondidas quando ainda éramos jovens: O que eu quero? E o que eu não quero? Mas, infelizmente essa resposta só vem quando vivemos certas circunstâncias e descobrimos que “isso eu não quero”.
            Pode-se dizer que tal comportamento ocorre porque o homem esta sempre em transformação, a dinâmica psíquica permite a todo o momento fazermos escolhas, porém não é possível prever as consequências dessas escolhas, e com o passar do tempo alguns comportamentos ganham novos significados. E seriam essas escolhas ou novos significados que nos fazem sofrer?
           O sofrimento é a dor de viver que nos remete a um estado de interrupção, de uma ausência do significado para a existência. Ele deixa conjeturar o vazio que nos atinge e que buscamos desesperadamente evitar, por isso o sofrimento é o implacável enfrentamento com a realidade.
Entretanto o sofrimento assim como a felicidade incide da própria dinâmica do desejo, nada mais inexplicável, inquietante e admirável do que o desejo. O desejo nunca se satisfaz, não se acalma, perdura e se multiplica, nos consumindo. Todavia é o desejo que nos sustém e nos levanta nos mantendo vivos.